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Estudo debate o impacto da pandemia sobre a equidade de gênero

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O aumento da desigualdade de gênero durante o período da quarentena tem sido mais um dos efeitos colaterais da pandemia.

Pesquisadores das Universidades de Northwestern e da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, e da Universidade de Mannheim, na Alemanha, escreveram um artigo que debate os impactos do isolamento social sobre a equidade entre mulheres e homens no mercado de trabalho.

Os efeitos imediatos devem ser negativos para elas, ainda que, no longo prazo, mudanças culturais possam favorecer um equilíbrio maior.

Para os estudiosos, o fechamento de escolas e creches somado ao desequilíbrio na distribuição de tarefas domésticas entre elas e eles, é um dos principais aspectos que amplia a desigualdade de gênero. 

Para eles, isso se deve ao fato de os homens possuírem maiores salários e terem um poder de barganha relativamente maior do que as mulheres.

Normas sociais e culturais também influenciam na disparidade entre os gêneros. “Os fatores que levam a esses arranjos continuarão a existir [durante a crise]”, diz um trecho do estudo citado na matéria do jornal A Folha de S.Paulo.

A situação deverá se agravar já que 1,5 bilhão de crianças está sem aulas presenciais, segundo a Unesco.

Nos Estados Unidos, as mulheres casadas empregadas em tempo integral são responsáveis por 60% das horas destinadas pela família aos cuidados com os filhos. As estimativas, enquanto as escolas e creches permanecem fechadas, é de que aumente em 12 horas semanais a atenção às crianças para as mães contra oito horas para os pais.

“Na ausência de arranjos flexíveis de trabalho, uma outra consequência é que um dos cônjuges terá de parar, temporariamente, de trabalhar”, alerta outro trecho da pesquisa.

Com base na atual divisão de trabalho, provavelmente quem deverá optar por essa decisão são as mulheres.

No Brasil, a falta de equilíbrio na divisão dos afazeres domésticos e cuidados com filhos também é grande.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2018, elas dedicaram 18,5 horas semanais às tarefas de casa e da família, enquanto eles destinaram apenas 10,3 horas.

Os pesquisadores estrangeiros apontam que as dificuldades de mulheres que já criam seus filhos sozinhas irão se agravar ainda mais.

No entanto, o estudo também indica mudanças que, após a crise, podem ser favoráveis a elas, como a possibilidade de aumento do trabalho remoto.

A publicação  (em inglês) está disponível para leitura e discussão no site do National Bureau of Economic Research (NBER). Confira.

Com informações da Folha de S.Paulo

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