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Startups gerenciadas por mulheres faturam 10% mais, mas recebem menos investimento

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Com o objetivo de analisar como empresas fundadas por mulheres diferem daquelas formadas por homens, o The Boston Consulting Group (BCG) realizou um estudo que aponta que mesmo recebendo, em média, 80% dos salários dos homens nas mesmas posições, e tendo ofertas menores de investimentos para criarem seus próprios negócios, empresas fundadas e gerenciadas por mulheres, têm maior receita.

Esses dados mostram uma clara diferença entre gêneros no financiamento de novos negócios.

O estudo da BCG indica que a cada um dólar financiado, 78 centavos são gerados pelas empresas de mulheres – empresas “masculinas” geram 31, quase metade.

A consultoria ainda reforça uma gama crescente de evidências que mostram que empresas com uma porcentagem maior de mulheres em cargos de liderança superam aquelas dominadas por homens. Infelizmente, no entanto, as mulheres não obtêm o mesmo nível de apoio financeiro.

Para aproveitar a crescente proporção de mulheres empreendedoras, a disponibilidade de educação e apoio para elas, e a considerável comunidade de mulheres que são especialistas em negócios, a BCG concluiu que é importante pesquisar mais sobre como as empresárias estavam se saindo e como programas de orientação poderiam prepará-las para o sucesso futuro de uma forma mais consistente.

Uma coleta de dados de cinco anos a respeito de investimentos e receita, focada em gênero, mostrou uma lacuna de financiamento:

  • Investimentos em empresas fundadas ou co-fundadas por mulheres foram em média de US$935.000, o que representa menos da metade da média dos US$ 2,1 milhões investidos em empresas fundadas por empreendedores do sexo masculino;
  • Apesar dessa disparidade, startups fundadas e co-fundadas por mulheres tiveram um desempenho melhor ao longo do tempo, gerando 10% a mais em receita acumulada ao longo de um período de cinco anos: US$730.000 em comparação com US$662.000.

Os resultados são significativos. Não foram analisados níveis de educação dos empreendedores ou a qualidade das áreas em que atuam.

A maior problemática na hora de financiar uma empresa feminina, segundo a BCG, é que investidores presumem que essas empreendedoras não possuem conhecimentos técnicos suficientes para adentrar a jornada de um negócio próprio. Mas nem sempre investidores do sexo masculino têm familiaridade com os produtos e serviços que as empresas fundadas por mulheres comercializam para outras mulheres.

A consultoria também expõe que é importante a inclusão de mulheres em decisões de investimentos, pois a cultura dominada por homens de muitas empresas de capital de risco e investidores institucionais está bem documentada. Com mais mulheres nessas organizações, uma solução de problemas mais criativa e não convencional poderia ampliar a lente de investimentos potenciais.

Além disso, quase 50 fundos de investimento aplicam em empresas de propriedade feminina e, de acordo com a Wharton Social Impact Initiative, esses fundos são capitalizados em mais de US$1 bilhão.

O gap de investimento é maior do que se imagina, mas há formas de superar este problema:

  • Entendendo os tipos de preconceitos que colocam mulheres em desvantagem, empresas de capital de risco podem, por exemplo, tomar decisões de financiamento mais objetivas.
  • Mulheres fundadoras, enquanto pressionam por mudanças de longo prazo, podem operar de forma inteligente dentro do sistema atual;
  • Suprimir a injustiça inerente às decisões de investimento pode levar tempo, mas as medidas recomendadas são um ponto de partida – mesmo que este ponto esteja muito atrasado.

Para se aprofundar mais sobre a pesquisa do The Boston Consulting Group, confira o documento original completo: https://on.bcg.com/2OFTop3

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